Exercício(s) de saudosimo(s)




A pedido do meu grande amigo Júlio, publico aqui neste meu pechisbeque um texto que nos transporta aos saudosos tempos do Liceu, numa fase em que se experienciava a doce "insustentável leveza do ser". Nada será como dantes e esta constatação tem tanto de verdadeira como de penosa. Custa regressar, voltar a trilhar os mesmos caminhos, olhar à nossa volta e ver que tudo mudou. Sobretudo nós próprios. Aqui fica o texto. E já agora Feliz Natal!

7:30 da manhã e eu já fora da cama...
45 minutos para me arranjar.
15 minutos de viagem pois moro longe...
8:30...o super irritante toque de campainha!
110 minutos mal contados de aulas, sem cadernos, sem caneta, sem paciência, sem juízo!
10:15 finalmente!
120 intermináveis minutos de matemática que passaram e corro freneticamente em direcção ao Infante.
15 minutos de intervalo, estou longe de ouvir a irritante campainha tocar novamente!
3 cigarros e 1 café para ver se acordo, mas mesmo assim não está fácil!
2 horas, mais coisa menos coisa, que faltam para o almoço.
90 minutos que ainda aí vêm de geometria descritiva...
1 manhã difícil.

Comentários

JL disse…
"Cada pessoa que passa pela nossa vida passa sozinha, mas não nos deixa só, porque deixa um pouco de si e leva um pouquinho de nós." Charlie Chaplin

Feliz Natal
Pedro Loureiro disse…
Exercício de Saudosismo

Veias rígidas e turvas
transpirando ácido
corroendo o olhar.

A mesma pele de papiro
banhada de terra
sulcada de mar.

Carne
Ferida aberta
num tumor crente de fim

Um rosto de pomba branca
Mentirosa esperança
de rosa carmim.
Que diferente está o liceu. Arcadas que não são arcadas...

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