A dor dos outros

Que este cessar-fogo declarado não seja temporário e que culmine de vez esta guerra insana que está a esventrar a Síria. Em apenas 7 dias, morreram 500 pessoas. E tantas crianças.
"Caem mísseis como chuva". Bombardeiam-se maternidades e zonas residenciais, num autêntico oceano de sangue e lágrimas.
Por ser tão longínqua, geograficamente, a dor destes inocentes parece ser algo imaterial, etéreo, como se não tivesse lugar no nosso pensamento. No entanto, essa dor também é nossa. Porque há pessoas que tiveram o infortúnio de nascer, de crescer e de, literalmente, sobreviver em pontos tão malditos do globo que merecem a nossa preocupação, a nossa empatia, o nosso mais profundo e agudo sentido de humanidade.
Esse é um exercício urgente: sentir essa dor atroz, essa revoltante injustiça de ver perecer tantos inocentes às mãos de um regime assassino e de um louco que dizima os seus. Sem dó nem piedade.
Estamos em pleno século XXI e a História insiste em se repetir. Até quando continuará o mundo a assobiar para o lado? Até quando se irá manter este cinismo militante de permitir que esta tragédia aconteça perante os nossos próprios olhos?
A cada tiquetaque do relógio, há pessoas que perdem a vida. Outras que sobrevivem em condições absolutamente deploráveis. Há crianças subnutridas. Um país carente de ajuda. E de empatia.
Chico Buarque diz que "a dor da gente não sai nos jornais". Pior do que isso, é sair todos os dias nos jornais e o mundo encolher os ombros, resignado.





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